terça-feira, 24 de março de 2015

Herson Capri fala sobre início de carreira no ‘Grandes Atores’‏

O ator conta como ingressou no teatro ainda em Curitiba


Herson Capri nunca imaginou que chegaria às telinhas. No “Grandes Atores” que vai ao ar no próximo dia 26, o convidado lembra toda sua trajetória desde a primeira peça, onde atuou como figurante. “Meu irmão foi quem me levou à escolinha de arte do Colégio Estadual do Paraná. Chegando lá, faltava um no elenco e o diretor me encaixou. Eu nem sabia se queria fazer aquilo, mas fui. No início, meu papel era segurar uma cruz. Isso, até outro ator precisar faltar e eu substituir. Comecei minha carreira ali, aos 15 anos.”, conta. A prisão do pai comunista também integra o baú de memórias do galã. “Meu pai fazia parte da direção do partido comunista. Nós tínhamos em casa reuniões clandestinas a cada mês. Um dia, disse a mim e aos meus irmãos: ‘Olha, papai provavelmente vai ser preso’. Ele chegou a se esconder por 20 dias, mas voltou e foi capturado. Diariamente eu ia até o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), pegava autorização e, com a minha bicicleta, ia para o outro lado da cidade levar uma comidinha para ele na cadeia.” Durante a entrevista, Herson lembra a carreira na TV desde a primeira aparição em “A Vila do Ar”, na TV Tupi, passando por papéis em tramas como “Guerra dos Sexos” (1983), “Riacho Doce” (1990), “Renascer” (1993) e “Tropicaliente” (1994), atualmente, em exibição no VIVA. O estigma de galã também é comentado: “Existe alguma coisa na palavra que remete ao mau ator, a um cara sem inteligência. Tinha certo medo de cair nesses estereótipos. Quando parei de questionar e deixei esses pruridos de lado, comecei a curtir mais. Acabou sendo um desafio gostoso”.

Sobre os altos e baixos da trajetória de um ator, ele filosofa: “O fracasso nos traz uma visão humilde, nos tira o pensamento ególatra. Um fracasso vem para dizer que não é bem assim que a banda toca. Você fazer uma coisa midiática não significa exatamente que você seja mais que apenas um ser humano. O exercício do fracasso e do sucesso é muito interessante para nos colocar no nosso lugar.” Herson também conta como sua forma de encarar a vida mudou após um câncer de pulmão. “Você se depara com a morte mais próxima e o pensamento em cima dela existe. Não fiquei obsessivo, pelo contrario, fiquei pratico. Me senti mais maduro, tranquilo, mais leve. Com esse assunto e com todo o resto”. Ao falar da importância dos filhos, da neta e da esposa, ele se emociona: “Sou realizado pessoalmente e profissionalmente. Estou muito satisfeito com a minha vida!”

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